Lázaro é uma figura emblemática nas Escrituras, particularmente no Novo Testamento, onde sua história de morte e ressurreição é um dos episódios mais poderosos de milagres realizados por Jesus.
A história de Lázaro não é apenas uma demonstração do poder divino sobre a morte, mas também um convite à reflexão sobre a fé, a esperança e a ressurreição.
Para falar de Lázaro, precisamos mergulhar no que essa história representa não apenas no contexto de sua vida e ressurreição, mas também em relação ao propósito divino revelado em Cristo.
Lázaro de Betânia era irmão de Marta e Maria, duas figuras também muito conhecidas nas Escrituras, particularmente no Evangelho de Lucas e no Evangelho de João. Betânia, uma pequena vila próxima a Jerusalém, foi o cenário onde ocorreu o milagre de ressurreição que marcaria uma das mais extraordinárias demonstrações do poder de Jesus.
A Doença de Lázaro
A história de Lázaro começa com uma tragédia familiar. Em João 11, somos informados de que Lázaro caiu gravemente doente. Suas irmãs, Maria e Marta, enviaram imediatamente um mensageiro para informar Jesus sobre a condição de seu irmão. No entanto, o que acontece a seguir é algo que muitas vezes causa perplexidade.
Jesus não vai imediatamente ao encontro deles, mesmo sabendo da doença grave de Lázaro. Em vez disso, Ele declara algo misterioso, dizendo: “Esta doença não é para morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (João 11:4).
Essa afirmação é reveladora de um princípio central nos milagres de Jesus: tudo que Ele fazia tinha um propósito divino mais amplo, e cada evento, cada ação, cada sofrimento tinha o objetivo de revelar a glória de Deus e confirmar Sua missão como o Filho de Deus.
A demora de Jesus em ir a Betânia não foi um sinal de indiferença, mas sim uma preparação para um milagre ainda maior, que não apenas demonstraria Seu poder, mas também ensinaria uma lição profunda de fé.
A Morte de Lázaro
Após o atraso, Jesus finalmente decide ir até Betânia, mas, quando chega, Lázaro já estava morto há quatro dias. Marta, ao ouvir que Jesus estava chegando, vai ao encontro Dele, mas sua reação é cheia de dor e fé.
Ela diz a Jesus: “Senhor, se Tu estivesse aqui, meu irmão não teria morrido” (João 11:21). Ela reconhecia o poder de Jesus, mas, ao mesmo tempo, estava em lamento pela morte de seu irmão.
Jesus responde a Marta com palavras que são profundas e cheias de esperança: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25). Essa afirmação não é apenas sobre o poder de Jesus de realizar milagres; é uma declaração de Sua identidade divina, onde Ele se revela como a fonte da vida eterna e o vencedor sobre a morte.
Quando Maria, a outra irmã de Lázaro, também se aproxima de Jesus e expressa sua dor, vemos uma cena comovente: Jesus, profundamente tocado pela dor de Seus amigos e pela morte de Lázaro, chora (João 11:35). Este é o versículo mais curto da Bíblia, mas carrega uma enorme profundidade emocional e teológica.
O Santo Filho de Deus, sendo Deus encarnado, demonstra compaixão e solidariedade diante do sofrimento humano. Ele não é um ser distante ou insensível, mas alguém que sente a dor da perda, compartilhando a humanidade da experiência.
Milagre da Ressurreição
Jesus chega ao túmulo de Lázaro, que estava em uma caverna fechada por uma pedra, e ordena que a pedra seja removida. Marta, em uma reação humana e natural, expressa sua preocupação: “Senhor, já cheira mal, porque é de quatro dias” (João 11:39). Mas Jesus responde: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” (João 11:40).
Este momento é crucial. A ação de Jesus não se dá apenas para resolver o problema imediato, mas para revelar a glória de Deus e chamar os espectadores à fé. A remoção da pedra, o que normalmente seria algo impensável após tanto tempo de morte, se torna o palco onde a glória divina será manifesta de forma inconfundível.
Com uma oração breve e poderosa, Jesus levanta os olhos ao céu e diz: “Pai, graças te dou porque Me ouviste. Eu sabia que sempre Me ouves, mas disse isto por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que Tu Me enviaste” (João 11:41-42).
E então, Ele ordena com autoridade: “Lázaro, vem para fora!” (João 11:43). A grandeza desse momento é indescritível. Lázaro, que estava morto, volta à vida. Ele sai do túmulo, ainda envolto em faixas de linho, e é libertado por Jesus daquelas ataduras (João 11:44). A morte foi vencida diante de uma multidão de testemunhas.
Significado Espiritual da sua Ressurreição
O milagre da ressurreição de Lázaro não é apenas uma ação de misericórdia para com seus amigos, mas um poderoso símbolo de algo maior. A ressurreição de Lázaro antecipa a própria ressurreição de Jesus, e de certo modo, também prefigura a ressurreição final de todos os crentes.
Em João 11, Jesus declara: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Ele não apenas ressuscitou Lázaro, mas Ele é, em Sua essência, a ressurreição e a vida. A história de Lázaro aponta para o fato de que, em Cristo, a morte não tem a última palavra. Ele vencedor da morte, nos promete que, através Dele, também nós teremos a vida eterna.
Para aqueles que acreditam em Jesus, a ressurreição não é um evento isolado, mas uma promessa que começa com Lázaro e culmina na ressurreição de Cristo e na futura ressurreição dos mortos. É uma revolução do evangelho: a morte não é o fim. Em Cristo, a vida eterna começa agora.
Lições de Fé e Esperança
A história de Lázaro nos ensina várias lições, principalmente sobre fé e esperança:
- A fé em Cristo é a chave para a vida eterna: Marta e Maria foram incrédulas inicialmente, mas, quando ouviram as palavras de Jesus, elas creram. A fé é a base para a ação de Cristo em nossa vida, seja na vida presente ou na vida eterna.
- Jesus não está distante de nossas dores: Ele chora com aqueles que sofrem. Ele é aquele que sente nossas lágrimas e caminha conosco, compartilhando nossas aflições.
- A morte não tem a última palavra: Em Cristo, a morte foi vencida. A ressurreição de Lázaro é um vislumbre do que virá quando, no fim dos tempos, todos os que estão em Cristo serão ressuscitados para a vida eterna.
Conclusão
A história de Lázaro não é apenas sobre a ressurreição de um homem, mas sobre a vitória de Cristo sobre a morte. Ela nos ensina que, em Cristo, a morte não é mais o fim, mas uma porta para uma nova vida.
A ressurreição de Lázaro antecipa a ressurreição de todos os crentes, e é um lembrete de que a esperança cristã está firmemente alicerçada na promessa de vida eterna, que será plenamente revelada no retorno de Cristo.
Lázaro, em sua morte e retorno à vida, não apenas experimentou um milagre pessoal, mas também foi uma ferramenta de Deus para revelar Sua glória e para nos ensinar que, em Cristo, a vida eterna não é um conceito distante, mas uma realidade presente e futura para todos os que creem.
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Jesus Lov